Por Samuel de Jesus No final da madrugada podemos sentir os primeiros sinais de movimento, passadas, sonâmbulos cruzam as avenidas, lotam o metrô, os primeiros sinais do despertar da cidade, o relógio dita o ritmo, é, e preciso obedecê-lo. Contagem de minutos, seres mudos, despersonalização, a massa se movimenta por todos os lados, zumbis matutinos. De repente a greve dos metroviários interrompe o ciclo, caos. Reivindicam o direito à cidade, esperam dignidade que se toma com o aumento do pão e do corpo de cristo. Engarrafamento, arteriais entupidos como a pia, todos sacam seus carros, sem rodízio e sem razão, mas a cidade não morre, somos nós que morremos nela por falta de assistência, de fome e opulência, de humildade e arrogância, de indiferença e câncer, de stress e cardiopatia, de febre e cólera, de dengue e anemia de pouco em pouco cada dia. Na longa marginal entre os carros corredor...
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