Os Preceitos Perigosos de José Serra.



Escrito por Samuel de Jesus em 2010.


          A questão religiosa tem dominado o debate eleitoral em 2010. O carismáticos estão na vanguarda e um dos seus ícones é um dos deputados federais eleitos mais votado em São Paulo, Gabriel Chalita. O candidato José Serra usando a estratégia de dizer qualquer coisa para chegar à vitória, vocifera contra o aborto para arrebanhar os votos dos religiosos incorporando um discurso conservador e ao mesmo tempo perigoso para si e para a sociedade laica e pluralista, muito embora tem corrido pela boca miúda que sua digníssima esposa fez aborto nos tempos de auto-exílio no Chile e mais recentemente sua coordenadora de campanha na internet Soninha Francine.
   O discurso conservador de Serra pode custar caro a todos que não pautam suas ações baseadas em princípios religiosos, pois envolve as restrições às pesquisas de células tronco, revisão do papel do Estado na distribuição de camisinhas e a criminalização do aborto, entre outros temas afins. O que é preciso dizer é que o Estado é laico e os princípios laicos e não religiosos é que pautam as ações do Estado em um sistema Republicano e democrático de governo. Se isso não for respeitado poderemos ter um Estado Teocrático e não democrático, onde o fundamentalismo religioso disfarçado de carismático poderá exercer grande influência, afinal já temos uma bancada religiosa no Congresso Nacional. O pensamento religioso como sabemos é baseado em parâmetros muito restritos com inspiração na fé. Um Estado Republicano e Democrático de governo deve ser laico, no sentido lato, amplo ao ponto de incorporar todas as crenças, todas as convicções políticas, orientações sexuais, opiniões.
   Recentemente lembro-me da inquisição, pois estava lendo o Santo Inquérito de Dias Gomes. A História de Branca Dias, vítima da inquisição, queimada na fogueira como Joana D’arc culpada de heresia, atentar contra à moralidade e de ler livros proibidos. Fora queimada por entender que o amor era a sua verdadeira religião, o casamento a sua liturgia e o homem a humanização de Deus.

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