A outra estratégia: integração e #desenvolvimento humano na Amazônia.
Samuel de JESUS
Integração do espaço amazônico
Para Bertha Becker[1] existe um
projeto internacional em curso quanto à integração da Amazônia sul-americana.
Trata-se de uma nova escala para pensar e agir na Amazônia. Seu argumento é o
de que a unidade dos países amazônicos poderá fortalecer os países
sul-americanos. Isso representará um contra - ponto nas relações com os Estados
Unidos e a União Européia. Para tanto seria necessário uma estratégia comum dos
países sul-americanos no cenário internacional, o que fortaleceria a voz da
América do sul. Sobretudo, seria fundamental estabelecer projetos conjuntos
para o aproveitamento da biodiversidade e da água, como é o caso das cidades
gêmeas localizadas em pontos da fronteira política. A integração das cidades gêmeas
poderá ser um elemento fundamental no desenvolvimento e planejamento da
Amazônia, porque o desenvolvimento dessas cidades impediria a expansão
demográfica na floresta. Cidades como Santa Helena, na Venezuela e Pacaraima,
em Roraima, também Tabatinga, no Estado do Amazonas e Letícia na Colômbia.
Para Bertha Becker[2] é
preciso ter claro que sob argumentos de combate às atividades ilícitas como o
narcotráfico, contrabando e lavagem de dinheiro os estadunidenses aumentam sua
presença militar na fachada do pacífico e na América central, denominadas localidades de operação avançada, cuja
maior expressão é o plano Colômbia. O
Brasil virou uma ilha cercada de localidades como essas, com a exceção de
fronteiras com a Venezuela e Argentina.
Esse fato reativa as fronteiras políticas da Amazônia, antes fronteiras
mortas.
Frente a isso, está em curso uma iniciativa
sul-americana de reativação da Organização do Tratado de Cooperação (OTCA) e a
criação da UNASUL. Soma-se a isso o planejamento físico da integração por meio
do transporte multimodal, difusão da internet em países vizinhos e intercâmbio
energético. Exemplo é a construção da estrada Manaus-Venezuela e a extensão da
fronteira agropecuária do centro oeste brasileiro para aos países vizinhos. A
integração deve ser baseada também na circulação fluvial, que merece um
investimento enorme, pois sempre foi o grande meio de circulação na Amazônia, e
também na área de transporte de cargas de alto valor agregado[3].
Integração: a geopolítica da água
Para Amayo[4], o Brasil em sua parte amazônica, detém 14% da
água doce do planeta. A posse da água possui conseqüências estratégicas e
geopolíticas. É mito a afirmação de que a Amazônia Brasileira possui o maior
estoque de água doce do planeta, pois os países Andino-Amazônicos como Bolívia,
Equador, Peru e Venezuela controlam aproximadamente 70% das nascentes do
Sistema Amazônico. O Peru sozinho possui 40% dessas nascentes. Se o Peru, por
exemplo, resolvesse desviar e retirar a água dos rios através de arquedutos e
canais poderia fazê-lo, sem consultar os demais países. A Colômbia poderia
fazer o mesmo com o Rio Negro. Os impactos seriam negativos ao Brasil.
A realidade geográfica mostra que a Amazônia é um sistema regional, a
Amazônia é uma Região Sul-Americana Compartilhada - ARSAC. Assim partimos da
concepção de que a água pertence a todos que conformam essa área compartilhada.
A lógica levaria a aceitar a responsabilidade compartilhada, isso compreende a
decisão conjunta entre os países. Esse fator poderia ser determinante para
acirrar ânimos que levassem a um conflito. A construção das Hidrelétricas no
Rio Madeira, Santo Antonio e Jirau despertam desconfianças desnecessárias, pois
trazem graves impactos ambientais negativos[5].
Os
rios são parte importante da estratégia militar na Amazônia. Martins filho[6] considera uma questão fundamental a ser
tratada, a problemática da água, a escassez deste elemento, para ele, será a
temática mundial nas próximas décadas - escreve o autor ter sido essa visão
sintetizada pelo Comandante Militar da Amazônia, general do Exército, Luiz
Gonzaga Schroeder Lessa. Ele afirma estarem os EUA na faixa amarela com relação
à água potável, podendo encontrar problemas de escassez no ano 2025. Segundo
ele a situação semelhante pode ser encontrada no documento aprovado pelo
National Foreign Intelligent Board dos Estados Unidos redigido por um grupo
de especialistas civis. Esse documento aponta que haverá aumento da
possibilidade de conflitos a partir de 2015. Assim serão valiosos os recursos
hídricos.
Integração:
problemática das vias terrestres
Na
década de 70 o governo abriu as grandes rodovias, como a Transamazônica, o que
permitiu a ida de colonos para à Amazônia nos anos 70. A grande questão que
está colocada é o asfaltamento das rodovias como a Cuiabá-Santarém que envolvem
uma dimensão ecológica, precisa urgentemente do asfalto, pois são áreas
densamente povoadas e intensamente desmatadas. O asfalto é necessário para o
desenvolvimento local, não é o do tipo que encontraremos no sudeste. Por
exemplo, a rodovia transamazônica representa um impasse. Asfaltá-la significa
um impacto ambiental monstruoso, pois imaginem o quanto será desmatada a região
próxima a rodovia para a construção de postos, hotéis, cidades e todo tipo de
empreendimento na floresta? Por outro lado o transporte só é permitido numa
época do ano. O lamaçal encarece os produtos e impede cada vez mais a chegada
da “civilização“.
Como a maioria das rodovias é
de terra, a temporada de chuva torna o tráfego difícil, quase impraticável, durante
metade do ano. Os produtores de grãos do Centro-Oeste brasileiro bem que
gostariam de usar a BR-163, que liga Cuiabá, em Mato Grosso, a Santarém, no
Pará, como corredor de exportação. Mas o asfalto só existe no trecho
mato-grossense. Depois, são 937 quilômetros de estrada de terra. Durante o
período de chuvas, os atoleiros impedem a passagem de veículos pesados.
"Já demorei trinta dias para percorrer um trecho de 750 quilômetros",
diz o caminhoneiro João Juarez Barão, um paranaense que transporta cerâmica
para o Pará e retorna com madeira para o Sul e o Sudeste[7].
A
questão amazônica é mais ampla que pressupomos. É necessário um grande plano de
desenvolvimento humano, aliado ao desenvolvimento econômico sustentável, o
ideal não é o desenvolvimento econômico semelhante ao dos arrozeiros que
desmatam para ampliar a área de cultivo. Esse é o modelo de desenvolvimento
para a região, isso é o que muitos chamam de “progresso” para a Amazônia.
FLORESTANIA significa o acesso à floresta e a tudo que nela existe. Baseia-se
no desenvolvimento sustentável.
A Transamazônica, que passa
por trinta municípios nos estados do Pará e Amazonas, está em situação
igualmente precária. Em seu entorno mora 1,2 milhão de pessoas, a maioria delas
no Pará. O trecho paraense concentra 60% da produção de cacau e 20% de gado do
estado[8].
A
BR-319 possui 877 quilômetros e liga Porto Velho a Manaus, foi aberta em 1973 e
asfaltada, porém a falta de manutenção deteriorou a via que não tem mais nem
vestígios do asfalto original.
A estrada só não
sumiu de vez do mapa porque a Embratel faz reparos constantes para poder
realizar a manutenção dos cabos que levam os serviços de telefonia e internet a
Manaus. A obra não avança porque o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente – (IBAMA)
negou licença ambiental, pois as estradas ameaçam áreas de floresta intactas. A
BR-319 corta uma das áreas com maior biodiversidade da Amazônia.
Quem viaja pela Transamazônica
tem impressão de trafegar sobre um esboço de Estrada (...) Nos seis meses do
verão amazônico a falta de chuva ajuda a secar os atoleiros e o trafego flui em
meio as grossas nuvens de poeira. Centenas de tratores ocupam-se de efetuar
reparos em vários pontos. É um ritual que se repete a décadas no período da
seca. Nos seis meses seguintes, quando a chuva não dá trégua, a natureza e o
trafego de caminhões se encarregam de destruir o pouco que foi consertado. Acaba
a poeira, volta à lama. Os caminhoneiros já se adaptaram ao ciclo infernal.
(...) A estrada que atravessa a maior floresta tropical do mundo permite uma
visão dolorosa das mazelas do norte brasileiro. No trecho dentro da Amazônia
Legal vive 1,2 milhão de pessoas, das quais 66% não tem água encanada e 27% não
tem instalações sanitárias. O índice de analfabetismo é o dobro da média
nacional. A parte mais próspera é no Pará, onde a floresta derrubada foi
substituída por pastagens, fazendolas, vilas e cidades que vivem em função da
cidade que vivem em função da rodovia. A produtividade das plantações de cacau
é a mais alta do país. Mas a distância e a precariedade da estrada tornam o
frete cinco vezes mais caro do que o cacau da Bahia, o maior produtor nacional[9].
Desenvolvimento Humano: SIVAM
Segundo
Roberto Godoy[10],
especialista em defesa do jornal O Estado de S. Paulo, o Brasil precisou de
sete anos e mais de um bilhão e quatrocentos milhões de dólares para construir
o Sistema de Vigilância da Amazônia. O SIVAM tem como objetivo cobrir cinco
milhões e meio de metros quadrados correspondente a região centro-norte do
país. É uma muralha com aproximadamente 120 torres de observação dispostos em
locais remotos da Amazônia Legal. Esse sistema possui 26 radares, 06 deles
móveis. Faz parte desse sistema também, a implantação de aparelhos telefônicos
para populações isoladas, o apoio à pesquisas científicas e mapeamento dos
recursos naturais.
Segundo
Godoy, o sistema é ineficiente com relação a sua proposta inicial. Seis das
mais importantes tarefas estão comprometidas, por exemplo, das 665 das
instalações de telefonia destinadas a órgão usuários, estabelecidos nos pontos
mais distantes, 624 foram consideradas em estado “não OK”. É um equipamento
tecnicamente considerado muito simples, ou seja, um telefone, um computador e
uma antena. Este equipamento deveria estar a disposição de comunidades
ribeirinhas e aldeias indígenas, mas estão mudas segundo a reportagem. O mesmo
ocorre com as 40 estações meteorológicas isolas de superfície que estão
inoperantes por falta de renovação do contrato para as linhas de
telecomunicações.
Segundo
Godoy[11],
o sistema só é efetivo nas áreas de defesa. Segundo um ex-diretor do Centro
Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - (SIPAM) os setores
civis estão derretendo. No papel o SIPAM tem recursos. O Orçamento da União
destinou R$ 41,7 Milhões em 2007, porém desse montante apenas R$ 3,94 Milhões
foram repassados até julho de 2008.
A
má situação do complexo atinge programas como o Teleducação, que deveria
interligar os campi de todas as universidades do Norte brasileiro, o CEU, que
proporcionaria aos governos estaduais acesso aos produtos de interesse
específico de cada um deles, e o Telesaúde, que estabeleceria o contato para
troca de informações, diagnóstico a distância e encaminhamento de pacientes ,
entre centros de excelência e os postos médicos com limitados recursos mantidos
em cerca de 220 municípios dos Estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima,
Acre, Mato Grosso, Tocantins e Amapá[12].
SIVAN/SIPAN Peru
Existe um memorando de
entendimento entre Brasil e Peru[13]
sobre a cooperação em matéria de vigilância e proteção da Amazônia. Esse
memorando explicita que o governo do Brasil oferecerá o assessoramento e cooperação
técnicas necessárias que permitirão o acesso progressivo do Peru às informações
geradas pelo sistema de vigilância da Amazônia, assim como a integração peruana
ao sistema de proteção da Amazônia.
A adesão do Peru ao sistema de
vigilância da Amazônia brasileiro (SIVAM) resultou na criação do SIVAN Peru.
Este sistema de vigilância peruano compartilhará informações com o SIVAM Brasil
na área de fronteira entre os dois países. Nos últimos anos, o Brasil
desenvolve importantes cooperações militares e policiais de patrulhamento das
fronteiras com a criação de operações militares conjuntas entre os dois países.
É estabelecida a cidade de Pucallpa como base das operações que permitiria
trocar, em tempo real, informações do radar na franja de fronteira comum entre
os dois países. O Peru
terá aquisição progressiva dos meios tecnológicos e logísticos. Será criado um centro de vigilância da
Amazônia em território peruano com a capacidade de trocar informações com o
SIPAM/SIVAM que estariam disponíveis também ao governo peruano[14].
Desenvolvimento Humano: a pobreza na Amazônia Brasileira.
Estudo
realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia – Imazon -
intitulado “A Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010” avalia a evolução e
objetivos e metas do Milênio[15]
estabelecidos pela ONU. Em se tratando de Amazônia os dados revelam que são
mais de 04 milhões de pessoas vivem em condições de extrema pobreza. Existe um
alto índice de analfabetismo funcional na região (23% da população). Há
indícios de que há um forte sub-registro de mortalidade infantil na região, a
taxa de incidência de Aids aumentou, pois em 2009 foram registrados mais de 306
mil casos novos de malária na região, outras doenças, como a hanseníase (a
Amazônia é líder mundial em incidência) e leishmaniose (taxa quase sete vezes
maior que a brasileira) estão em situação crítica, o saneamento básico continua
precário na Amazônia: por exemplo, pequena parte (10%) da população é servida
por rede de coleta de esgoto e a maioria (58%) do lixo produzido é depositada
em lixões a céu aberto[16].
O povo não está mais na floresta, começou a sair de lá nos anos
setenta, hoje são aproximadamente 73%. Somente Manaus congrega aproximadamente
dois milhões de pessoas. Moram em favelas e sofrem com o desemprego, falta água
encanada. Em Rondônia aproximadamente 40% das casas possui água encanada,
somente 9,7% dos domicílios da região norte possui rede coletora de esgoto,
aproximadamente 90% dos municípios não possuem aterro sanitário. A urbanização
acelerada das grandes cidades trouxe a malária, leishmaniose, para as cidades.
Falta luz, água potável, serviços de saúde e escolas. Em algumas cidades o
comércio é feito por escambo, pois o dinheiro não existe.
A população rarefeita das cidades amazônicas faz com que os governantes
priorizem cidades com população maior, pois as maiores cidades recebem mais
recursos do fundo nacional dos municípios, afirma o ex-governador do Acre,
Jorge Vianna. Há décadas incentivam as populações dessas pequeninas localidades
a irem para Manaus[17].
Apenas 4% das propriedades rurais da Amazônia Brasileira estão
legalizadas. Um terço das cidades brasileiras com o maior índice homicídios
está na região amazônica. Falta justiça e polícia.
O banditismo e a impunidade
germinam sobre um caos fundiário sem paralelo no país. Apenas 4% estão
legalizadas. Posseiros e grileiros controlam uma área equivalente a 18% do
território nacional. A anarquia impera na zona rural em dois dos maiores
municípios do país, situados no Pará. Os títulos de posse emitidos pelos
cartórios de Altamira cobrem o dobro da superfície da cidade. Em São Felix do
Xingu abarcam o triplo da área do município.
Como quase ninguém é dono do lugar onde vive, as disputas pelo solo
costumam envolver tiroteios. Por isso não é só onde mais se morre em razão das
disputas agrárias, mas também onde mais ocorre invasões de terra. Os crimes
ambientais não chegam aos tribunais, por que não se sabe quem são os donos da
áreas devastadas. Pelo mesmo motivo não se pagam impostos e o trabalho escravo
alastrou-se pela região[18].
Desenvolvimento Humano: a pobreza na Amazônia peruana.
Segundo o Censo Nacional Peruano
2007[19]
a população da região amazônica é de 3.675.292 de pessoas, 13.4% da população
peruana. Em termos absolutos a população cresceu aproximadamente 800.000
pessoas desde 1993. A população dos departamentos de Madre de Dios, Ucayali,
San Martin e Loreto são os que mais cresceram. Segundo dados do INEI a pobreza
na selva corresponde a cerca de 48% em 2007. A desnutrição crônica em crianças
menores de 05 anos no primeiro semestre de 2009 é de 26.3% mais elevada que a
média nacional. A população da Amazônia peruana é variada em termos étnicos. A
população indígena: 60 povos que somam 333.000 pessoas, correspondente a 9.1%
da população na selva.
Esta população está distribuída em
1.218 comunidades nativas que cobrem cinco reservas territoriais. A questão da
terra no Peru. O acesso é caótico. Existem ocupações legais tais como direitos
originais de indígenas, títulos de terra proveniente de projetos de colonização,
invasões antigas e recentes. Hoje o mais difícil é determinar a legitimidade e
fazer justiça sobre a posse de terra. Os esforços para remediar esse problema são
insuficientes e fracionados. Inicialmente são os processos de colonização que
na prática foram débeis e inconsistentes. Na Amazônia a população rural está
conformada entre imigrantes, agricultores andinos pobres e populações
tradicionais (ribeirinhos) e por indígenas amazônicos.
Conclusões
Do ponto de vista do Estado Nacional,
a Amazônia representa uma ameaça a integridade nacional, certamente um desafio
à soberania. Essa é a área que ainda não fora integrada completamente à nação
brasileira. Uma esfinge a ser decifrada, ali a ideologia nacional tenta
dramaticamente impor suas raízes, mas a selva se impõe. Os patriotas
observariam realmente a Amazônia deste ponto de vista como um órgão
enfraquecido do corpo da Pátria, mas a Amazônia é mais complexa, não pode ser
vista apenas do ponto de vista sócio-biológico. A posição sobre a presença
militar na Amazônia sob a pecha do nacionalismo, defesa da soberania, etc.
Concluímos por meio dos dados sobre
a pobreza tanto na Amazônia Brasileira quanto na Amazônia Peruana mostram que
os projetos bilionários para a defesa e segurança da região amazônica tais como
o Sistema de Vigilância da Amazônia do Brasil e sua edição peruana
(SIPAN-SIVAN) são insuficientes para a defesa da soberania dos respectivos
países. A estratégia é um assunto mais amplo do que pressupõe as Forças Armadas
Brasileiras. A soberania do país não pode ser garantida somente através da
criação de sistemas de vigilância, por mais ampla que seja o seu escopo.
A garantia da soberania, nas áreas
de fronteira, passa pelo reconhecimento dos indígenas como cidadãos brasileiros,
preservando o seu estatuto indígena. Garantir a soberania não se faz apenas com
as armas, talvez mais eficaz que as armas seja a presença, na fronteira de uma
população que fale o português, mas sobretudo que viva e sinta-se brasileiro. Certamente,
a visão militarista não alcança a dimensão total da problemática amazônica. É
preciso escutar outros setores, considerar outras visões. Eles se dizem
autoridades em Amazônia, mas seu discurso está ligado ao desmatamento em nome
do desenvolvimento, assim como aconteceu com construção da TRANSAMAZÔNICA com
impactos ambientais gigantescos e recentemente o apoio aos arrozeiros no Caso
Raposa/Serra do Sol que compreende a derrubada de floresta para o plantio de
arroz e questionamento do direito indígena sobre a área.
A instituição Forças Armadas é
apenas um dos tentáculos fundamentais para a garantia da soberania nacional na
fronteira amazônica. Os dados sobre a pobreza e subdesenvolvimento fazem pensar
que a garantia da soberania seja algo muito mais amplo e difuso que a concepção
de segurança e defesa nacional. Os presentes dados sobre a pobreza na Amazônia
mostram que a ausência do Estado poderá favorecer a afronta de grupos
criminosos respaldados pelo tráfico de drogas, armas e todas demais atividades
ilegais.
O termo FLORESTANIA significa o
acesso à floresta e à tudo que nela existe. Baseia-se no desenvolvimento
sustentável dos amazônidas através de ações baseadas no aproveitamento dos
recursos vegetais que a floresta proporciona.
Atualmente, a concepção civil sobre
a Questão Amazônica é uma apropriação da concepção militar que está baseada na
Defesa e Segurança do território Nacional. Muitos Jornais e revistas
brasileiras pertencentes às Organizações Globo e Bandeirantes, por exemplo,
despertam a idéia de ameaça à soberania representada por indígenas e
organizações não governamentais, ameaças de internacionalização da Amazônia,
narcotráfico e não associam o desmatamento à pobreza do povo. Essas idéias de
cunho militar estão presentes no imaginário popular e são constantemente
reproduzidas verbalmente pela maior parte dos cidadãos brasileiros.
Bibliografia.
AMAYO
ZEVALLOS, Enrique. O Brasil e o Mito da
Água. In: A Amazônia e o Pacífico e sua importância para o Brasil. - São
Paulo. - editora Cultura Acadêmica, 2009. (Relações Internacionais e o Mundo
Contemporâneo; 6 ).
Amazônia está atrasada em relação às metas de
desenvolvimento estabelecidas pela ONU. Disponível em
Extraído em 10/12/2011
BECKER, Bertha k. Amazônia:
geopolítica no III milênio, São Paulo: Garamond: 2006, (coleção Terra Mater),
pp. 53, 54.
COUTINHO, Leonardo. In: Especial Revista Veja AMAZÔNIA,
setembro de 2009, PP.33.
INEI, Censos Nacionales 2007: XI de Población y VI de Vivienda, Peru:
Crescimiento y La distribuición de La población, 2007. Lima, junio 2008.
FÁVARO,
Thomaz. Especial Revista Veja AMAZÔNIA, setembro de 2009, PP.49, 54, 55.
GODOY, Roberto. A Muralha Está Derretendo. In:
jornal O Estado de S. Paulo.
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MARTINS FILHO, João Roberto. A
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UFSCAR, 2001 (Texto preparado para o Seminário Brasil e Argentina frente às
novas ameaças, realizado em Campinas/ UNICAMP- agosto de 2001).
Memorandum de
Entendimiento entre los gobiernos de la Republica del Perú y de la Republica Federativa
del Brasil sobre cooperación en materia de vigilancia y protección de la amazonia,
del 25 de agosto de 2003.
SOARES, Ronaldo. In: Especial Revista Veja AMAZÔNIA, setembro de 2009, PP.39, 40,41.
[1]
BECKER, Bertha k. Amazônia: geopolítica
no III milênio, São Paulo: Garamond: 2006, (coleção Terra Mater), pp. 53, 54.
[2] Idem pp. 01
[3] Ibdem, pp. 01
[4] AMAYO ZEVALLOS, Enrique. O Brasil e o Mito da Água.
In: A Amazônia e o Pacífico e sua importância para o Brasil. - São Paulo. -
editora Cultura Acadêmica, 2009. (Relações Internacionais e o Mundo
Contemporâneo; 6).
[5] Idem, pp. 03
[6] MARTINS FILHO, João Roberto. A Visão Militar Sobre
as Novas Ameaças no Cenário Amazônico. São Carlos: UFSCAR, 2001 (Texto
preparado para o Seminário Brasil e Argentina frente as novas ameaças,
realizado em Campinas/ UNICAMP- agosto de 2001).
[7] FÁVARO, Thomaz. Especial Revista Veja AMAZÔNIA,
setembro de 2009, PP.49, 54, 55.
[8] Idem, pp. 04
[9] Ibdem, pp. 05
[10] GODOY,
Roberto. A Muralha Está Derretendo. In: jornal O Estado de S. Paulo.
25/11/2007.
[11]
Idem, pp. 06.
[12]
Ibdem, pp. 06.
[13] Memorandum de Entendimiento entre los
gobiernos de la Republica
del Perú y de la
Republica Federativa del Brasil sobre
cooperación en materia de vigilancia y protección de la amazonia, del 25 de
agosto de 2003.
[14]
Idem, pp. 07.
[15] Incluem metas e indicadores para medir e orientar
melhorias nas condições socioeconômicas (pobreza, educação, saúde, desigualdade
entre os gêneros, mortalidade infantil e materna) e ambientais em regiões
pobres e em desenvolvimento do mundo. fonte: www.imazon.org.br
[16] Disponível
em http://www.imazon.org.br/imprensa/sugestoes-de-pauta/amazonia-esta-atrasada-em-relacao-as-metas-de-desenvolvimento-estabelecidas-pela-onuExtraído
em 10/12/2011
[17] SOARES,
Ronaldo. In: Especial Revista Veja AMAZÔNIA, setembro de 2009, PP.39, 40,41.
[18]
COUTINHO, Leonardo. In: Especial Revista
Veja AMAZÔNIA, setembro de 2009, PP.33.
[19]
INEI, Censos Nacionales 2007: XI de Población y VI de Vivienda, Peru:
Crescimiento y La distribuición de La población, 2007. Lima, junio 2008.
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