A América Pós-Chaves.

(Escrito em janeiro de 2013) De fato não sabemos ainda a realidade sobre o estado de saúde de Hugo Chaves. Há rumores de que seu estado de saúde é delicado, chegaram até afirmar que respira por aparelhos. O presidente Chaves na última década invocou termos até então ultrapassados como "socialismo", "revolução", tendo um verniz algumas vezes parecido a um populismo, às vezes parecido ao socialismo, outras parecido aos grandes ditadores da História. Personalista e carismático procura controlar a mídia e a política venezuelana para se manter no poder. Na hipótese da morte de Chaves, a América terá um novo simbolo anti-Estados Unidos, mesmo sendo ainda os Estados Unidos um dos grandes consumidores do petróleo venezuelano. A América dos tempos de Chaves, como todos sabemos, questionou a atuação dos Estados Unidos no continente e fundou uma ideologia, o Bolivarianismo que defende uma América livre do "imperialismo" estadunidense. Considera-se um novo Simon Bolívar, um libertador da América, tendo Bolívar enfrentado a opressão espanhola, ele, Chaves agora enfrenta a opressão estadunidense. É pouco provável que o vice-presidente Maduro tenha o mesmo carisma e personalismo de Chaves. Sem a presença de Chaves no cenário político venezuelano é possível que os Chavistas sejam retirados do poder pelas urnas, afinal a Venezuela não é Cuba onde os irmãos Castro sustentam uma ditadura há mais de 50 anos, a sensação que temos é que a sociedade venezuelana é muito aberta em relação à Cubana, embora exista o controle dos meios de comunicação e do sistema eleitoral. Com a saída de cena de Chaves não sabemos até quando se sustentará o Chavismo, pois afinal de contas os votos obtidos por Capriles, governador do Estado de Miranda, representou uma grande oposição ao Chavismo, mas deveremos ter claro que mesmo derrotado futuramente, o Chavismo, nas próximas décadas será uma corrente política muito forte na Venezuela, ao ponto de incomodar a elite liberal. Chaves não governou fora da Ordem Internacional, no máximo exerceu uma política externa independente, o que comprova isso é o fato da Venezuela pertencer a comunidade de países produtores de petróleo, a OPEP, e a entrada no MERCOSUL. Sem Chaves a Venezuela respira ares mais democráticos, liberdade de imprensa e a alternância de poder ganham contornos mais visíveis. Certamente não podemos mais acreditar em coisas como a Ditadura do Proletariado. A democracia requer alternância de poder, consenso e dissenso, sobretudo liberdade de imprensa. As elites americanas tem que compreender que não devem colocar uma população à margem da riqueza produzida por um país. A pobreza em um país sempre gerará fenômenos políticos como o Chavismo. Esperamos que a Venezuela supere Chaves e vá além.

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